10 de janeiro de 2015

Especificamente.

Especificamente, pode um detalhe afectar todo o curso de uma relação?
O rótulo, ou a sua ausência, é o limitar da integridade e do respeito, ou é possível assumir que, sem amarras e conversas difíceis, as coisas podem dar certo, porque as pessoas querem apenas ir na mesma direcção?

Especificamente, quem quer arranja maneira. Quem não quer arranja desculpas, especificamente.

8 de janeiro de 2015

A insignificância dos grandes amores.

De todos os problemas que tenho, seguramente que tenho vários, um dos maiores e mais condicionantes, prende-se pelo facto de amar num sentido só.
Quando estou apaixonada vivo naquele sentido de estar realmente apaixonada, de fazer as maiores parvoíces porque estou, como se constata,apaixonada, de imaginar o mundo apenas no intuito de incluir o par, de olhar o amanhã com e em função daquela parte que complementa.
Que complementa e me abafa por completo.

Não obstante destas minhas peculiaridades, interrogo-me sobre os fundamentos de uma relação. Sobre o que é aceitável ou correcto, sobre o que nos deve mover. Sobre o que esperar.

Tenho um leque considerável de episódios próprios e de terceiros sobre pontarias completamente desastrosas. Amores que se revelam nas maiores mentiras e nos piores desgostos. Que transformam as pessoas em más versões de si mesmas.

Ainda há pessoas capazes de respeitar a integridade das outras quando estão numa relação? Ou passou a ser tão difícil encontrar alguém que contrarie a tendência do fim da monogamia que o resultado é habituarmo-nos à ideia de que, por muito que se escolha, já se sabe que ao fim de uns meses eles arranjam mais um caso ou dois, nós fingimos que não sabemos e eles fingem que acreditam que nos enganam bem, e a coisa segue, mais algum tempo, mais algum tempo, mais algum tempo?

O amor é um conto de fadas que os tempos vieram desmistificar ou a verdade é que é possível encontrar um amor, no sentido poético e exclusivo da palavra, só temos de ser pacientes o suficiente para o encontrar?

Daqui de onde me sento, em modo automático para não pensar em como o amor é parvo e as pessoas não valem a pena, acho que sei menos do que ontem e o que sei a mais, às vezes mais valia nem saber.

Mas temos de renunciar à consciência das coisas para sermos felizes?

Ou vamos acabar à procura eterna de um amor impossível de encontrar porque, incrivelmente, nos esbarrámos sempre em mentes complicadas que tentámos compreender anos a fio, que na verdade eram pouco mais além de vulgares e a única complicação que tinham era a organização das agendas para conciliar os casos diversos?