8 de novembro de 2014

Chá verde, um toque de canela

As relações tocadas pelo que acreditamos ser amor têm o condão de ser, por si só, tudo e nada, e acredito que é possível encontrarmos ao acaso, mais que um tudo, mais que um nada, apaixonarmo-nos as vezes que forem, irmos ao encontro do que os ventos do coração acreditam como ideais.

Há, no entanto, diferenças entre estar apaixonado, como quem sente uma brisa boa que chega e que passa, e permanecer nesse estado de graça, com a esperança alegre, perto da certeza assustadora, que é amor, que é para ser amor, que encontrámos o nosso amor, merecedor de maiúscula, não pelo valor que também lhe reconhecemos, mas pela avassaladora imensidão de mudanças que causa em nós.

Não sei precisar que diferenças todas são estas de que vos falo, detalhes simples e subtis, que causem a distinção entre o muito bom e o excelente.
A fórmula exacta, para vos exemplificar em meias palavras, passa pelo sentir, porque a vida tem tantas formas de ser vivida, nenhuma intensa como o que se vive sentido.

E sente-se o Amor da mesma forma como se pega numa caneca de chá verde, chove lá fora, é mais uma caneca de chá, já bebemos algumas e sabe bem, sabe sempre bem. Mas quando sentimos o toque de canela, continua a chover, e somos inundados por uma sensação de reconforto, doce e plena... sabemos.
Era isto. Era isto que faltava para fazer do muito bom o melhor. Do melhor, o extraordinário.

Assim é, o Amor, tão parecido a tudo e a nada, tão parecido a este chá verde, com um toque a canela. Tão parecido ao olhar encantado e silencioso que deitamos ao nosso outro, apaixonado: eras tu, eras tu que me faltavas.

Sem comentários:

Enviar um comentário